Déficit primário do Governo central atinge R$ 44,3 bilhões em junho, aponta Tesouro Nacional
O Governo Central fechou o mês de junho com um déficit primário de R$ 44,3 bilhões, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Tesouro Nacional. O resultado representa um aumento em relação ao déficit de R$ 38,7 bilhões registrado no mesmo período de 2024.
O saldo negativo foi impulsionado por uma ligeira queda de 0,1% na receita líquida (já descontadas as transferências a estados e municípios), ao mesmo tempo em que as despesas totais cresceram 1,6% em termos reais na comparação com junho do ano anterior.

Receita administrada cresce, mas não compensa perdas
Entre os destaques positivos da arrecadação estão a alta de 5,4% nas receitas administradas pela Receita Federal. Esse grupo inclui impostos como o Imposto de Renda, que arrecadou R$ 4,6 bilhões a mais (+7,5%) do que em junho de 2024. Já o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) registrou uma expansão de 40,3%, resultado de um aumento nas alíquotas, o que gerou um acréscimo de R$ 2,3 bilhões.
Por outro lado, houve queda de 9,4% na arrecadação de Cofins, o que representa uma perda de R$ 3,2 bilhões. As chamadas receitas não administradas pela Receita Federal — como dividendos de estatais e participações — também recuaram fortemente: queda de 23,8%, puxada principalmente por uma baixa de 67,9% no repasse de dividendos, equivalente a R$ 5,6 bilhões a menos em relação ao mesmo mês do ano passado.
Aumento nas despesas sociais pressiona resultado
No lado das despesas, os maiores avanços vieram dos gastos com benefícios previdenciários (+5,7%), Benefício de Prestação Continuada (BPC, +11,9%) e abono salarial e seguro-desemprego (+18,1%).
Acumulado do ano aponta melhora
Apesar do desempenho negativo em junho, o acumulado do primeiro semestre mostra um resultado melhor que o do ano anterior. Entre janeiro e junho de 2025, o déficit primário foi de R$ 11,5 bilhões — número significativamente menor que o registrado no mesmo período de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 67,4 bilhões.
No período, a receita líquida do governo cresceu 2,8% em termos reais, enquanto as despesas totais caíram 2,4%.
Meta fiscal e resultado em 12 meses
O governo federal estabeleceu para 2025 a meta de déficit primário zero, com margem de tolerância de até 0,25 ponto percentual do PIB — o que equivale a um resultado negativo de até R$ 31 bilhões.
Nos últimos 12 meses encerrados em junho, o Governo Central acumulou um superávit de R$ 15,3 bilhões, equivalente a 0,11% do Produto Interno Bruto.